Vinte e dois minutos, precedidos por um atraso de aproximadamente uma hora,
foram suficientes para que o carisma de Barack Obama conquistasse os brasileiros.
Apesar de o discurso ter sido construído de maneira primorosa, com cada palavra
e referência histórica escolhidas a dedo, o que mais impressionou a plateia do
Theatro Municipal, no Rio de Janeiro, foram os gestos, o tom de voz, a eloquência
e as pausas acertadas do homem mais poderoso do mundo, que falou sorrindo
e sem gravata. “O discurso não foi além do esperado, mas ele esbanjou charme
e carisma. Ele tem presença, tem magnetismo”, disse o político Fábio Feldmann,
que foi candidato ao governo de São Paulo nas eleições de 2010 pelo PV e estava
entre os convidados.
E foi por causa desse carisma que o público – formado por autoridades
locais, executivos americanos e brasileiros, com suas mulheres de vestidos
e cabelos presos, pais e filhos, integrantes de ONGs e grupos que representam
setores da sociedade civil – interrompeu o discurso diversas vezes com aplausos
e gritos. A primeira delas foi logo no início, quando o presidente americano disse
em português, com todo o sotaque que lhe é inevitável: “Alô, cidade maravilhosa.
Boa tarde a todo o povo brasileiro”. Outras referências nacionais, como as
palavras “cariocas, mineiros, baianos e paulistas”, o filme Orpheu e a
música de Jorge Ben também empolgaram a plateia.
Maria Alice Santos, integrante do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos
dos Negros do Rio de Janeiro, ressalta que o discurso de Obama também
estimulou a auto-estima dos brasileiros. “Um presidente dos EUA negro vir ao
Brasil e fazer o discurso que Obama fez, exaltando desde a importância política
e social à beleza do nosso país, é uma referência para a população, principalmente
para a população negra brasileira”, completou. ''Todo o discurso foi para mostrar
que temos uma origem em comum, uma história semelhante, compartilhamos
valores como democracia, direitos humanos e justiça social e temos tudo para
caminhar juntos”, acrescentou o cientista poliítico José Augusto Guilhon.
(site de Veja) |
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